Enquanto algumas regiões tiveram dificuldades no início da safra de soja – especialmente no Rio Grande do Sul, onde a seca provocou quebra de pelo menos 13% na produção, impondo a necessidade de replantio em algumas propriedades –, em outras as lavouras se desenvolvem bem. É o que ocorre, por exemplo, no extremo oeste da Bahia e no sul do Piauí, cujo semeio começou em meadas de dezembro, com bons índices de chuvas.
“A nossa soja aqui foi plantada depois do dia 15 de dezembro”, diz Carlos Betto, produtor gaúcho radicado há mais de 10 anos no município baiano de Santa Rita de Cássia, na divisa com o Piauí. Se continuar chovendo, a colheita pode chegar a 70 sacas de 60 quilos por hectare, superando à do ciclo anterior, de 65 sacas de 60 quilos por ha, acredita o sojicultor.
Betto e um grupo de cerca de 20 agricultores estão apostando no cultivo da oleaginosa em uma área de 300 mil hectares de cerrado numa chapada entre Santa Rita de Cássia, Parnaguá e de Sebastião Barros – esses últimos dois municípios ficam no extremo sul do Piauí.
As lavouras da oleaginosa ocupam cerca de 10 mil hectares na região, estima Betto, acrescentando que a área com potencial agricultável, em Santa Rita de Cássia, é de uns 150 mil ha.
“Nossa área cultivada ainda é pequena. O pessoal está começando a chegar aqui. As lavouras, em média, são de 400, 500 hectares. O máximo é mil hectares”, assinala Betto.
Segundo ele, a falta de acesso é o grande entrave para expansão desse polo agrícola no extremo oeste baiano e no sul piauiense, na região do Matobipa, formada pelo Maranhão, Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.
“O pessoal está começando a acreditar no potencial da região. Esperamos que, com o tempo, essa questão de acesso [estradas] seja resolvida.”
Fonte: agroemdia.com.br
